Poesia caiporiana
As manifestações literárias contemporâneas estão cada vez mais independentes de rigores formais, porém mesmo em versos livres tem aqueles que irmanam a estilos passadista , tangendo pra arte do fazer poético, o saudosismo, o pessimismo e o bayrismo dos ultraromânticos do século XIX. Assim são os poemas caiporianos de Marcos Vinícius, poeta contemporâneo de uma escrita trabalhada e de uma linguagem marginal e subversiva, do eu lírico, do eu homem... Do eu mesmo, na inconstância do existir, onde quase tudo parece ser paradoxal.
O sentimento desse historiador que se fez poeta pela vontade cósmica da vida, é a prova do ultraromantismo no século XXI, com uma nova roupagem e com outro arcabouço. Bem sei que esse homem estranho e solitário, é mais um que faz da escrita poética a vereda a ser percorrida pelos seus passos incertos.
Eu e eu mesmo e outras coisas
Lembro... Como que fosse da última vez
Sendo eu e outras coisas tão assim
Botões pregados ao avesso
E nós ao partir.
De murchos cipós ao relento
Já as foram de longa data
Mesmo a vítima da noite travestida em dia
E mesmo tempo ao sacrifício da vida em altar pleno
Valham os sentimentos tão safados em tiras.
De retalhos são nuvens passageiras.
Versos.
Lembro.
Morte.
Falo só tanto de algria
Que se despede em vestes pretas.
Feito a desgraça dos doentes sem cura
Feito o sorriso lavado em cara suja
È fogo e gelo em água fria.
Versa a nítida véspera do agora com que o pensamento é chegado
Sobre mim.
Em nativas páginas amarelas, esquecidas e que logo existam,
Pois lá se vai o rio em seu curso peregrino,
Ao ombro amigo do ladrão.
Pairam a poeira e as sombras do caminho enquanto lugar
Grite há vida, pois ainda é cedo!
Portanto e sem razão, seja última ladainha , feita por nós.
Autor: Marcos Vinícius Monteiro de Fonseca
Pseudônimo: Caipora
Júnior Vianna
Teresina, 01 de setembro de 2007
O sentimento desse historiador que se fez poeta pela vontade cósmica da vida, é a prova do ultraromantismo no século XXI, com uma nova roupagem e com outro arcabouço. Bem sei que esse homem estranho e solitário, é mais um que faz da escrita poética a vereda a ser percorrida pelos seus passos incertos.
Eu e eu mesmo e outras coisas
Lembro... Como que fosse da última vez
Sendo eu e outras coisas tão assim
Botões pregados ao avesso
E nós ao partir.
De murchos cipós ao relento
Já as foram de longa data
Mesmo a vítima da noite travestida em dia
E mesmo tempo ao sacrifício da vida em altar pleno
Valham os sentimentos tão safados em tiras.
De retalhos são nuvens passageiras.
Versos.
Lembro.
Morte.
Falo só tanto de algria
Que se despede em vestes pretas.
Feito a desgraça dos doentes sem cura
Feito o sorriso lavado em cara suja
È fogo e gelo em água fria.
Versa a nítida véspera do agora com que o pensamento é chegado
Sobre mim.
Em nativas páginas amarelas, esquecidas e que logo existam,
Pois lá se vai o rio em seu curso peregrino,
Ao ombro amigo do ladrão.
Pairam a poeira e as sombras do caminho enquanto lugar
Grite há vida, pois ainda é cedo!
Portanto e sem razão, seja última ladainha , feita por nós.
Autor: Marcos Vinícius Monteiro de Fonseca
Pseudônimo: Caipora
Júnior Vianna
Teresina, 01 de setembro de 2007
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