A caminho da Feira
Era quinta-feira, e mal o sol tivera nascido seu José já e levantara pra mais um dia duro, mas esse seria meio diferente, pois o mesmo vai a cidade.
O galo cantava no terreiro e do alto dos galhos do velho jatobazeiro cantava os pássaros como se saudassem o novo dia, no tronco fica amarado o jumento cargueiro que logo seria usado. Dona Josefa fazia o quebra jejum, tudo muito simplório, um cafezinho cheiroso, um cuscuz com a massa moída ali mesmo que por sua vez seria acompanhada pela dourada manteiga de gado apurada da nata que a dias vinha sendo juntada.
Do quarto seu José esturrou:
__ Muié cadê aquela calça que ganhei da comadre???
Dona Josefa não entendeu muito bem, pois tentava separa a briga entre o cachorro Serapião e do gato Caçulo por causa de um pedaço de carne.
Enquanto isso o sol levantava preguiçosamente, mas asseverava que era momento de se apreçar, assim Seu José tomou a refeição meio apreçado, deu as ordens do que deveria ser feito na roça ao filho mais velho, pegou um saco de arroz e outro meio de feijão, botou no lombo do jumento, fez o sinal da cruz e saiu amiudando os olhos, por causa da luminosidade dos primeiros raios solares que batiam no seu rosto.
Antes memo de sumir por entre as matas de velame e jurema, ouviu a voz da filha mais nova:
__ Painho! Vê se trás um sabonete e uma chita lá da quitanda.
Ele não respondeu nem que não e nem que sim, mas sempre fazia as vontades da filha. E lá se foi mais um matuto pra feira em Oeiras.
Junior Vianna
Esse texto foi escrito do dia 30 de janeiro de 2004.
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