A história não se cala
Minha paixão pela história não surgiu de uma hora para outra, é algo que vem desde menino, algo que me inquieta e me deixa cada vez apaixonado. A minha ligação afetiva com a história me fez ser reconhecido e respeitado pelos meus colegas, amigo e principalmente pelos meus alunos. Das muitas histórias, sem dúvida a da minha aldeia, Oeiras, é a que mais me fascina, nem eu mesmo sem dizer o porquê de tanto amor, é tanto bem-querer por essa terra, que às vezes penso que estou enfeitiçado ou sofro de um mal que todos nós oeirenses compadecemos, ufanismo, pois nada mais justo a nós humanos do que amor a terra que nascemos!
A história é sem dúvida uma faca de dois gumes e um perigo para quem não sabe interpretá-la ou simplesmente quem compadece de pouca leitura, foi assim que esse final de semana fui surpreendido com uma história meio bestializante, isso se deve há algum tempo atrás por inquietação minha escrever um texto a respeita da imagem primitiva de Nossa senhora da Vitória, algo que muitos desconhecia, claro! O texto ganhou uma repercussão que nem eu mesmo imaginei. Desta feita, me fez lembrar Carlos Drummond de Andrade, quando afirma no poema “Historiador”: “Veio para contar /o que não faz jus a ser glorificado /e se deposita, grânulo,/ no poço vazio da memória./ É importuno,/ sabe-se importuno e insiste,/ rancoroso, fiel.” Assim na história não é costumeiro e nem sugestivo devotar amor demasiado aos amigos e ódio aos inimigos.
Nesse sentido após a leitura de muitas pessoas, fiquei sabendo que certo alguém subestimou a minha capacidade de ter escrito o tal texto, pobre homem! No dizer que Fernando Pessoa: “Se a nossa vida é provisória, que seja linda nossa história, pois o valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis." Pois é, sou bem mais que pensas meu senhor, sou bem mais... Pois na essência humana somos inexplicáveis e incomparáveis.
Contudo, nessa história meu senhor, não existe medo, existem verdades, pois a verdade deve ser dita, interpretada, pois no dizer de Mario de Andrade; “O passado é lição pra se meditar e não para ser reproduzido”, e digo mais, para ser concertado enquanto é tempo! Pois não devemos fazer vista grosso para certas coisas. Quero finalizar esse escrito com uma frase de Khaled Hosseini autor do livro “O Caçador de Pipas”; “... descobri que não é verdade o que dizem a respeito do passado, essa história de que podemos enterrá-lo. Porque, de um jeito ou de outro, ele sempre consegue escapar.” E veja só meu senhor! Ela está ai e se depender de mim e de muita gente essa história não vai ficar calada.
junior vianna
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