Mosaico da Vila

E repare o leitor como a língua portuguesa é engenhosa. Um contador de historias é justamente o contrario do historiador, não sendo um historiador, afinal de contas, mais do que um contador de histórias
Machado de Assiso leitor como a língua portuguesa é engenhosa. Um contador de historias é justamente o contrario do historiador, não sendo um historiador, afinal de contas, mais do que um contador de histórias" Machado de AssisOSAICO DA VILA
E repare o leitor como a língua portuguesa é engenhosa. Um contador de historias é justamente o contrario do historiador, não sendo um historiador, afinal de contas, mais do que um contador de histórias" Machado de AssisICO DA VILA
E repare o leitor como a língua portuguesa é engenhosa. Um contador de historias é justamente o contrario do historiador, não sendo um historiador, afinal de contas, mais do que um contador de histórias" Machado de Assisepare o leitor como a língua portuguesa é engenhosa. Um contador de historias é justamente o contrario do historiador, não sendo um historiador, afinal de contas, mais do que um contador de histórias" Machado de Assis
Velhas Formas de Viver
Na festa de Pentecostes desse ano em Oeiras, senti falta das flâmulas encarnadas, que fazem da cidade ainda mais divina, talvez a família patrocinadora prezasse mais pela simplicidade. Mas festa do Divino é pomposa de qualquer jeito, é tradição da cidade, e tradição é tradição! O vermelho ausente nas vias públicas, se fez nas vestes dos que em procissão caminharam, pouco importava grife ou corte, pois bem sei que esse povo de Oeiras gosta mesmo é de procissão, seja ela roxa, branca, vermelha ou multicor.
O solene dia foi marcado por símbolos de um catolicismo ainda luso, que nem dias ou anos foram capazes de apagar. A bandeira vermelha, alvo da hipertrofia devocional, passou sobre a cabeça de velhos, moçoilas, crianças e pessoas comuns, era ali o ato do toque, como bem faziam os populares com seus reis absolutistas na Idade Moderna, mas em Oeiras é fé, ou chama de fé, o que falta muito em algumas pessoas.
É a brejeira cidade com suas velhas formas de viver, com costumes, às vezes desmedido e desnecessário, onde a política continua sendo discutida no adro da igreja, as carolas que entre pais-nossos e ave-marias rasgam no bom popular a vida alheia ou simplesmente o próprio clero, cheio de vícios e manias.
A festa do Divino é tempo gordo, é tempo do “ciclo do couro“ vivo, das madames com seus ouros salvo do penhor, é tempo de família reunida, onde a hipocrisia reina, mas tudo é paz, a praça é paz... A festa é paz. E viva a vitória do dia divinal!
Segui pela rua a procissão paradoxal, povo e abastados, fazendo da cidade ainda mais vila, onde os processionais caminharam sem serem guiados pelo báculo do pastor-mor , mas mesmo assim foram em caminhada solene, como já disse , esse povo gosta mesmo é de procissão.
Assim foi Oeiras, abrasada pelos raios solares do trópico, pelos Dons do Divino Espírito Santo, encarnada pelo dia divinal e caminhante com seus caminheiros, porém não tem quem não se emocione, com essas velhas formas de viver.

Junior Vianna,
Oeiras, 27 de maio de 2007

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