Mosaico da Vila

E repare o leitor como a língua portuguesa é engenhosa. Um contador de historias é justamente o contrario do historiador, não sendo um historiador, afinal de contas, mais do que um contador de histórias
Machado de Assiso leitor como a língua portuguesa é engenhosa. Um contador de historias é justamente o contrario do historiador, não sendo um historiador, afinal de contas, mais do que um contador de histórias" Machado de AssisOSAICO DA VILA
E repare o leitor como a língua portuguesa é engenhosa. Um contador de historias é justamente o contrario do historiador, não sendo um historiador, afinal de contas, mais do que um contador de histórias" Machado de AssisICO DA VILA
E repare o leitor como a língua portuguesa é engenhosa. Um contador de historias é justamente o contrario do historiador, não sendo um historiador, afinal de contas, mais do que um contador de histórias" Machado de Assisepare o leitor como a língua portuguesa é engenhosa. Um contador de historias é justamente o contrario do historiador, não sendo um historiador, afinal de contas, mais do que um contador de histórias" Machado de Assis

O Caberé de Ciço Cego

Nada é mais visível e perceptível do que as coisas que se opõem, e o mais interessante é que o que menos tem valor é quase sempre repelido pra às margens. Assim foi caso do “cabaré de Ciço Cego”, que de tão impróprio a uma sociedade puritana, atravessou décadas alvo de preconceitos e conceitos de pessoas que ainda se encarregam em julgarem os outros em ser, em parecer e em querer ser.
O “cabaré de Ciço Cego” esse que não conheci, que meu pai não me levou e eu não gostaria de ir, não saiu de minha memória quando vi na prateleira de uma livraria um dos livros do colombiano Gabriel Garcia Márquez, com o tão sugestivo título “Memória de Minhas Putas Tristes”. Recordei-me ainda ao atravessar a Rua Paissandu que outrora era reduto do baixo meretrício no centro da capital piauiense. Esse cabaré ás margens de hipocrisia reinante, na margem dos conceitos e prazeres, estava ali na geografia úmida do Mocha, tal qual os lençóis impuros que acobertaram os deleites de homens e mulheres que gozaram e geram rebentos ignorados, deixando assim as suas marcas fétidas do enlace sexual nas páginas implícita da história.
Cego? Não sei, não vi, mas esse Ciço, esse tal homem que emprestou o seu nome ao templo do prazer da mocidade de muitos homens, faz avivar na memória de muitos destes o dia em que se tornaram suficientemente capazes de renegar os seus sacros-matrimônios, que aos poucos são demolidos pelo tempo.
Por ente as matas de marias-moles, mussambês e velames, estava ali, o cabaré. O prostíbulo arcaico, centrado no Buringa, em que a toponímia foge aos roteiros urbistas , talvez desdenhado pelas desventuras de viver. Foi-se o “cabaré de Ciço Cego”, que não conheci e nem tive pretensão, mas creio que nas últimas enxurradas do Mocha, o riacho levou consigo para o Canindé, as raparigas sem nomes, os dias sem datas e o próprio Ciço, que deve repousar em paz pelos séculos sem fim.
Amém.

Júnior Vianna

Nenhum comentário: