Mosaico da Vila

E repare o leitor como a língua portuguesa é engenhosa. Um contador de historias é justamente o contrario do historiador, não sendo um historiador, afinal de contas, mais do que um contador de histórias
Machado de Assiso leitor como a língua portuguesa é engenhosa. Um contador de historias é justamente o contrario do historiador, não sendo um historiador, afinal de contas, mais do que um contador de histórias" Machado de AssisOSAICO DA VILA
E repare o leitor como a língua portuguesa é engenhosa. Um contador de historias é justamente o contrario do historiador, não sendo um historiador, afinal de contas, mais do que um contador de histórias" Machado de AssisICO DA VILA
E repare o leitor como a língua portuguesa é engenhosa. Um contador de historias é justamente o contrario do historiador, não sendo um historiador, afinal de contas, mais do que um contador de histórias" Machado de Assisepare o leitor como a língua portuguesa é engenhosa. Um contador de historias é justamente o contrario do historiador, não sendo um historiador, afinal de contas, mais do que um contador de histórias" Machado de Assis
foto de lucia Vanda

Quinta-feira da Fugida

Quinta-feira da Fugida, no adro da matriz, sob o olhar atento dos fieis, sai o cortejo com a imagem do Senhor dos Passos, que tomado pela simbologia da cidade vai envolvido por um docel roxo, sem dúvida, o roxo é profundo, é dolente e é a cor litúrgica da penitência desde os idos medievais, assim caminham até ao Rosário, num trajeto que se repete anos após ano, onde a contagem se perdeu no tempo, porém tem aqueles que se arriscam em dizer que ela é oriunda do século XVIII.

Assim, vai a imagem no ombro dos herdeiros dos antigos confrades do Bom Jesus dos Passos, homens com suas opas também roxas, que ao carregar a charola do século XIX, explicitam ainda mais a tradição da cidade heráldica. Uma procissão que anteriormente era acompanhada apenas por homens, fazendo analogia com os textos bíblicos do Novo Testamento, que relata a ida de Jesus ao Monte das Oliveiras junto com seus discípulos. Dessa forma, certo dia ao conversar com seu Cabeceira, devoto e antigo carregador do Bom Jesus, atestou-me que a tradição é antiga e que cônego Cardoso justificava a ausência feminina, em virtude de elas serem tagarelas.

A cada passo que se dar na Major Manoel Clementino, visualiza-se no negrume da noite a igreja de Nossa senhora do Rosário, que simbolicamente naquele momento será o Monte das Oliveira. Porém, o trajeto primitivo foi alterado, segundo Seu Chico Rego, um dos guardiões da festa, o cortejo antes seguia por uma ruela tida por nome atualmente de Travessa Santa Luzia, mas foi modificado a pedido do cônego Cardoso em virtude de uma chuva forte que houve na década de quarenta.

Contudo, o cortejo chega ao largo do Rosário e repete naquele lugar o mesmo trajeto, passa por frente do que um dia foi o primeiro hospital de caridade do Piauí, adentram com a imagem a igreja e já sobre a mesa, ao derredor desta, a cristandade espera ansiosa pela retirada do toldo, onde de fato é apresentada a imagem do Bom Jesus dos Passos, que suavemente é envolvida pelo incenso e pela melodia gregoriana do Miserere (salmo 50). E assim, sob o signo da fé, aguardam o dia vindouro pra a celebração da Sesta-Feira de Passos, o dia mais oeirense de todos.


junior vianna

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