O Crime da Rua das Alcássimas
Na manhã quente daquele mês de outubro, na Rua das Alcássimas, certo burburinho tomava conta da vizinhança, que ficava oiriçada com o inusitado crime na casa de n°54 . Tratava-se de um homicídio passional, o que ao pé dos ouvidos dos mexeriqueiros tratava-se de um crime por amor não correspondido
Em meio à movimentação defronte a casa, os guardas municipais saíram com corpo de Amaduce envolvida num lençol branco, com continuas manchas de sangue, o alvoroço foi geral, onde cada um daqueles curiosos tinha uma versão para o acontecido fatídico. Logo em seguida foi à vez de ser retirado o corpo dele, Afonso. Era ali, a réstia de dois seres, um que amor intensamente e outro que deixou–se ser amado.
O acontecido tomou a cidade por inteira, era um crime com muitas narrativas, mas sem a certeza do verdadeiro motivo que levou as vias de fato de um matar o outro e depois cometer suicídio. Para alguns, ele teria matado ela e posteriormente dado fim a si mesmo, já para outros, teria sido ao contrário, porém eram unânimes em afirmar que o amor foi à causa primordial para tal ato brutal.
O crime da Rua das Alcássimas era sem dúvida indagante, instigante e porque não dizer comovente. A casa de n°54 era a única testemunha do crime, todavia era muda, imóvel e envergonhada, que a partir daquele momento também passava a ser macabra, mas era sem dúvida uma casa encantada, onde por causa do forte sentimento interpessoal, a vida chegou ao fim. Eram ali, dois amantes, um segredo e um sentimento amoroso destroçado.
Ali foi o fim, do que nem mesmo Afonso e Amaduce sabiam, nem mesmo quem escreveu essa crônica, sabe-se apenas que o sentimento era a nuança que sintetizava todo o acontecido e o mais bonito de tudo isso era que o crime mesmo que horrendo, ganhou uma conotação amorosa. Morreram por causa do amor, um por deixar ser amado e o outro por confundir paixão com amor. Assim, foi o crime da Rua das Alcássimas, desde já faça silêncio e descubra quem foi o assassino desse causo.
Junior vianna
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