Mosaico da Vila

E repare o leitor como a língua portuguesa é engenhosa. Um contador de historias é justamente o contrario do historiador, não sendo um historiador, afinal de contas, mais do que um contador de histórias
Machado de Assiso leitor como a língua portuguesa é engenhosa. Um contador de historias é justamente o contrario do historiador, não sendo um historiador, afinal de contas, mais do que um contador de histórias" Machado de AssisOSAICO DA VILA
E repare o leitor como a língua portuguesa é engenhosa. Um contador de historias é justamente o contrario do historiador, não sendo um historiador, afinal de contas, mais do que um contador de histórias" Machado de AssisICO DA VILA
E repare o leitor como a língua portuguesa é engenhosa. Um contador de historias é justamente o contrario do historiador, não sendo um historiador, afinal de contas, mais do que um contador de histórias" Machado de Assisepare o leitor como a língua portuguesa é engenhosa. Um contador de historias é justamente o contrario do historiador, não sendo um historiador, afinal de contas, mais do que um contador de histórias" Machado de Assis
porto das barcas


Sair do Cotidiano... Pra Fazer História


Sinto nesse instante uma dificuldade danada de escrever este texto, pois diferente dos demais, é muito mais particular, algo que não costumo fazer. Sem delongas transcreverei aqui recordações recentes de breves dias intensos, mas suficientes para terem sido marcantes. As horas foram desdenhadas pelo fato de que quando vivemos bons momentos não se leva em conta o circular dos ponteiros do relógio, mas sim, viver cada momento com a pretensão de que eles sejam eternos, porém sem esquecer como bem disse um dia Renato Russo: “o pra sempre, sempre acaba”.


Estive esses dias no litoral do Piauí, saí da velha capital com a estereotipada idéia de que passaria todos esses dias nas praias, assim como muitos que vão de encontro com o mar, porém a cada dia tal pensamento foi refutado quando passei a “sentir” uma outra Parnaíba, digo, vivenciar uma Parnaíba além-mar, coisa que muitos deveriam fazer quando escolhem ali como destino turístico. Conhecer aquela cidade em sua essência urbana foi muito mais que andar pelas ruas como um transeunte, mas sim sentir a atmosfera poética do lugar, onde o velho se conflui com o moderno e nos deixa a sensação do quanto nos rincões do Piauí temos patrimônio, história e memória para serem prestigiados.


A cada rua um segredo, um causo e muita fantasia... Um misto de verdade e misticismo... Homem que vendeu alma do filho ao diabo (ou coisa do tipo) ou homem de honraria que jamais morreu no inconsciente coletivo, assim é Simplício Dias, que jaz, mas vive mistificado na figura mitótica do grande herói. Casarios seculares, casas mal assombradas, igrejas... Da Divina Graça a um passo da Igreja do Rosário dos Homens Pretos... Preto também é a escrita que tinge o papel e explicita narrativas históricas nas suaves páginas da revista do IHGGP, que tão grande prazer tive em ler. Castelo, armazéns, pontes, portos... Porto das Barcas... Que hoje apenas ancora lembranças de dias de glória. Cemitério, a velha necrópole, onde repousam vultos da história parnaibana e ficam ali expostas às lápides frias de saudades suavizadas pela brisa do oceano.


Tudo isso, devo a figura humana e extraordinária do menino-homem, Ferreira Neto, que descortinou a velha Parnaíba e conduziu sem preça, para que pudéssemos degustar cada detalhe e cada momento. Todavia, essa viagem foi muito mais... Bares, cordas de caranguejo, cerveja, árvore penteada, praias (a de Macapá), frutos do mar... oh mar! Amigos reunidos (Polyany, Karlyne, Ariane e Ferreira Neto), novos amigos (Lorena, Aninha, Bruno...) - amizade consolidada... ”chopeada” na choperia ou em qualquer outro lugar. Música, muita música... De Aviões do Forró, passando por Belchior, Elis... Eclético demais! Mas prefiro o barulho do mar que nos transparecia pelo seu som o quanto Deus é maravilhoso.


Nesses dias intensos, em que tentei fugir do cotidiano não consegui fugir de minha sina, pois tudo vira história (entendeu Ferreira Neto?). Assim fica a recordação de bons momentos onde uniu divertimento e conhecimento, nas terras austrais do Piauí, suavizadas pela brisa do Atlântico e iluminado pelos raios do trópico, que nos deu a certeza do quanto somos felizes com pessoas que nos faz bem.


Junior Vianna

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