Mosaico da Vila

E repare o leitor como a língua portuguesa é engenhosa. Um contador de historias é justamente o contrario do historiador, não sendo um historiador, afinal de contas, mais do que um contador de histórias
Machado de Assiso leitor como a língua portuguesa é engenhosa. Um contador de historias é justamente o contrario do historiador, não sendo um historiador, afinal de contas, mais do que um contador de histórias" Machado de AssisOSAICO DA VILA
E repare o leitor como a língua portuguesa é engenhosa. Um contador de historias é justamente o contrario do historiador, não sendo um historiador, afinal de contas, mais do que um contador de histórias" Machado de AssisICO DA VILA
E repare o leitor como a língua portuguesa é engenhosa. Um contador de historias é justamente o contrario do historiador, não sendo um historiador, afinal de contas, mais do que um contador de histórias" Machado de Assisepare o leitor como a língua portuguesa é engenhosa. Um contador de historias é justamente o contrario do historiador, não sendo um historiador, afinal de contas, mais do que um contador de histórias" Machado de Assis

José Expedito Rego... um bom apetite

Após degustar por mais de uma vez “Malhadinha”, obra do oeirense José Expedito Rego, não pude deixar de observar o quão é apetitosa às páginas do livro, digo, o quanto o escritor tratou de descrever os hábitos alimentares dos moradores da tal fazenda, assim, se constata iguarias que atravessam gerações e enriquecem a gastronomia de um povo sertanejo.

Embora em “Malhadinha” os capítulos não sejam intitulados como em outras obras do autor, é no segundo capítulo que se tem a primeira mostra da descrição minuciosa da cozinha piauiense, onde na mesa é servido além do bom café adoçado com rapadura, alguns pratos: beijus, requeijão e bolos chamados de sal, tais como roscas de farinha de tapioca, bolo-corredor, bolo-de-gordura, bolo carriri e petas. E para dar ainda mais sabor, o escritor não deixou de fora a manteiga-de-nata, que na obra é bastante apreciada por Marcela.

Dentre os vários momentos em que a gastronomia é posta em evidência, merece destacar a coalhada acompanhada de farinha e raspa de rapadura, servida nas noites de fartura pela matriarca da família, momento bastante esperado pelo doido João da Mata. Das outras refeições mencionadas por José Expedito, nada mais sugestivo do que o almoço servido na fazenda de Juquinha; arroz e feijão, galinha e carne de caititu feito paçoca ou algo mais requintado como o leitão inteiro, tostado, com limão azedo descascado metido na boca, rodeado de farofa dourada acompanhado de tantas outras iguarias servidas por dona Sinhá em um dos encontros familiar na Malhadinha. Todavia há de mencionar outras delicias como carne fritas, assadas ou guisadas, acompanhadas de arroz, feijão e macarrão servidos outrora na casa de Noé.

Das sobremesas e guloseimas nada mais apreciáveis que o doce de leite servido por Seu Juquinha aos visitantes em sua fazenda ou os doces de caju e goiaba em calda servido por Raquel a Nelson, todavia minha escolha seria idêntica a do moço, preferiria a segunda opção. Mas caso contrário, é de grande valia o capilé de tamarindo ou o aluá de milho, adoçado com mel de rapaduras, servido por Dona Firmina, esposa de Benedito Miúdo dono de uma bodega no Condado.

Contudo, servi-se de “Malhadinha” é degustar, ainda que em leitura, de comidas cotidianas tais como: lingüiça frita, carneiro gordo assado no espeto e cuscuz ou comidas exóticas como carne de veado e papagaio, fosse ele ensopado, frito, assado ou com arroz. Assim, José Expedito nos convida mesmo que implicitamente a cantarmos e deliciarmos com todas essas iguarias em cada capítulo desse livro, obra saborosa com gosto do sertão piauiense.


Junior Vianna

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