Mosaico da Vila

E repare o leitor como a língua portuguesa é engenhosa. Um contador de historias é justamente o contrario do historiador, não sendo um historiador, afinal de contas, mais do que um contador de histórias
Machado de Assiso leitor como a língua portuguesa é engenhosa. Um contador de historias é justamente o contrario do historiador, não sendo um historiador, afinal de contas, mais do que um contador de histórias" Machado de AssisOSAICO DA VILA
E repare o leitor como a língua portuguesa é engenhosa. Um contador de historias é justamente o contrario do historiador, não sendo um historiador, afinal de contas, mais do que um contador de histórias" Machado de AssisICO DA VILA
E repare o leitor como a língua portuguesa é engenhosa. Um contador de historias é justamente o contrario do historiador, não sendo um historiador, afinal de contas, mais do que um contador de histórias" Machado de Assisepare o leitor como a língua portuguesa é engenhosa. Um contador de historias é justamente o contrario do historiador, não sendo um historiador, afinal de contas, mais do que um contador de histórias" Machado de Assis
 
Uma Oeiras arroxeada

Baila solitário no arco de cantaria o sino português, dolente, dobra na poesia noturna da Cidade Velha aclamando o tempo Quaresmal. A Oeiras colonial renasce ali, em suas práticas antigas de um catolicismo lusitano que outrora se plasmou nos Sertões de Dentro, pelos desbravadores em busca de novas oportunidades.

A Igreja de todo um sempre, ritualiza no seu âmago aquilo que o povo vive ciclicamente, geração após geração, num elo de amor e devoção pela herança maior passada de pai para filhos, a fé!  A Oeiras que outrora profanou seus becos e ruas delgadas com os alaridos da festa momesca, anuncia a purificação destas, pois não tardará, logo servirão de via sacra, avivada pela sertaneja penitencia  secular.

Enquanto o sino dobra no bailado dolente, o rito quaresmal é vivido intensamente, os altares barrocos-rococós, com suas imagens portuguesas são cobertos pelo roxos, cor litúrgica do tempo vigente. Mas por que roxo? Indagação um tanto quanto oportuna para os desconhecedores, ora, roxo penitencial, diria uma carola, contrita em orações. Todavia, por que não dizer, que o roxo evidência uma cor mística, resultante da mistura do vermelho com azul, onde o vermelho significa a carne e matéria, o azul significa o céu e o espírito?

 De certo, o roxo que cobre os altares da Velha Matriz é insígnia do amor piedoso, como certa vez disse o historiador Fonseca Neto ao se referir a essa questão: “Porque roxo? Por que roxa é a paixão profunda, o encarnado que amargurou.” E dessa forma, dobram-se os joelhos e em voz contrista exclama-se: “porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo!”.

A Catedral de Nossa Senhora da Vitória a muito não revivia essa tradição de cobrir suas imagens durante a Quaresma, tradição que atravessou anos, com intuito despertar nos cristão que é necessário fazer penitência antes de tomar parte do sobrenatural rito da a Paixão e Morte de Cristo,  algo que os oeirenses tão bem sabem celebrar. A tradição é europeia, alguns estudos apontam que a mesma teve origem na Alemanha, com a intitulação de “veu da quaresma”, mantido nos altares até a celebração dos rituais da Semana Santa, sendo retirado  somente no Sábado de Aleluia.

Não tardara e a cor roxa que resguarda os altares da Cateral da Valha Urbe, logo ganhará as ruas demarcando a sacra passagem do Senhor do Passos, no mais apoteotico dos eventos da cidade.  Pois o roxo, é a cor que explicita a fé sertaneja pelos  passos do Bom Jesus de Oeiras.

Junior Vianna

foto de Joseane Santos

2 comentários:

Marli disse...

Júnior, fiquei emocionada com seu belo texto. Saudades da Semana Santa da amada Oeiras. Abraços!

POLY LEMOS disse...

Querido amigo Júnior, como são belas as tuas palavras, dignas da bela cidade a qual tão grande devoção devemos nessa época, época essa de pedirmos perdão, refletirmos e comungarmos com Deus, nos redimindo dos pecados e celebrando sua ressurreição! Obrigada pelo belo texto, obrigada por valoriza algo que estamos esquecendo... a FÉ!